Luta das Mulheres

# Relato 1 - Rosana Camilo

O relato de Rosana Camilo nos permite compreender de forma muito sensível a vida das mulheres. Não há como não se reconhecer em algum trecho da história que ela, de forma muito generosa, compartilhou com a tero. Buscamos reproduzir os aprendizados desse bate papo e tornar conhecido seu belíssimo trabalho!

“Às vezes eu choro à noite quando me deito na cama. De pensar nas dificuldades enfrentadas no dia a dia, pensar Que no dia seguinte virão outras Pensar que podem ser piores as batalhas a cada dia. Quando a gente pega um trólebus às 07:00 da manhã, como foi hoje, Com carrinho cheio de trampos, com dois painéis, com mesa, com A criança e a sacola plástica com os brinquedos da criança. Mesmo a porta do trólebus sendo larga, existe um ferro separando A entrada, o carrinho enrosca, fica a mãe dentro e a criança fora Tentando empurrar o carrinho. Momento de tensão. Quando finalmente consigo entrar Brado em alto e bom som: isso é viver uma vida sem privilégio... Às vezes a vida enrosca também nos ferros da burocracia, da meritocracia, e a gente fica sem entender, sem saber se vai Conseguir passar ou não pela porta. Com muito esforço e marra a Gente passa, a gente passa à força, a gente passa nas brechas. Embora a rotina semanal seja maçante, exaustiva, dolorosa, entre outros Adjetivos desabonadores, ela não garante o bem viver. Todo dia tem mercado. Já não é possível fazer despesa mensal, quinzenal E tampouco semanal. As coisas chegaram num nível absurdo de dificuldade pra gente manter A existência! E hoje você vai ao mercado com 100 conto e volta com 3 sacolinhas Que talvez não dure três dias de sustento. Sobretudo se for Produto de limpeza ou mistura (carnes em geral). Shampoo além de supérfluo, tornou-se privilégio aqui em casa (...)”

Trecho do texto Shampoo é privilégio e Deus Morreu, escrito em seu BLOG, de autoria própria

Rosana Camilo, 41 anos, tem formação em Psicologia, atua como diarista e é artesã, como sintetiza, logo no início de nossa conversa, para começar a falar de sua trajetória. Mas ela é muito mais, é cantora, educadora, artista, escritora, uma batalhadora de sensibilidade e força notável, uma gigante, apesar de ser “pequena e franzina em meus 50 kg de carne e ossos”, como descreve no conto a “Cuia”, sobre o qual falaremos adiante.

Dividimos em alguns temas para facilitar a leitura. Foi uma conversa boa e fluída, acompanhada de um café. Partilho o que aprendi com essa mulher incrível!

Família. Rosana é casada, e com ela mora seu filho de 20 anos, o caçula de 9 anos e seu companheiro. Ela também tem um filho que já é casado e que lhe deu um neto. Mora na Vila Ferreira, São Bernardo do Campo. Tem uma irmã que mora em Porto Alegre e um irmão que mora no Jardim Represa (também em São Bernardo do Campo).

Moradia e Mobilidade. Nasceu em Santo André, mas morou em muitos lugares: em Minas Gerais (por duas vezes), em Mato Grosso do Sul (cidade de Miranda, próximo a uma aldeia dos Terena, onde passou a ter contato com a população indígena), morou em Mauá, em Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Guarulhos, são tantos lugares que ela nem se lembra de todos: “meu histórico escolar tinha mais história do que cabia”. Chegou a São Bernardo, vinda de Minas Gerais, nos anos de 1990, aos onze anos. Na cidade, morou em vários bairros: Riacho Grande, Jardim Ipê, Jardim Represa e, com a desapropriação para a construção do Rodoanel, teve como indenização um apartamento na Vila Ferreira, desde 2009 (reassentamento). Ficou por quatro anos no aluguel social esperando a entrega do apartamento. As várias mudanças residenciais foram motivadas em razão do trabalho exercido pelo seu pai, que era operário. Ele trabalhava na construção de ruas e estradas, e a empresa constantemente fazia obras em muitas cidades e regiões. O tempo e a organização da vida da família eram regidos pela lógica imposta pelas oportunidades de trabalho, de modo que a mobilidade era constante.

Rosana relata que o período em que morou no Mato Grosso do Sul foi muito marcante em sua vida, particularmente porque se recorda que um grupo de mulheres, de forma sistemática, fazia caminhadas na mata para estabelecer relações de troca com a comunidade indígena: frutas, roupas, e produtos em geral. Era uma troca e uma festa, em que as crianças passavam o dia livres, correndo e brincando com outras crianças, enquanto as mulheres trocavam produtos.

Violência. Além das mudanças que impactaram a infância em razão da “falta de vínculos” mais duradouros, da constante adaptação em escolas diferentes (exigia uma acomodação constante), havia um problema que a marcou muito ao longo de sua vida e que deixou profundas cicatrizes: a violência doméstica. Cenas e situações muito dramáticas de espancamento que levaram sua mãe quase à morte. Rosana descreve aquele “círculo da violência” que hoje se vê desenhando, repleto de desculpas, falsos arrependimentos, fugas e novas agressões. Até que um dia sua mãe fez a denúncia, fato que levou à separação. Ela recorda que quando estava perto do horário do pai chegar, a mãe já desligava a TV. Não podia assistir novela, cortar o cabelo – era muito sofrimento. Aos 13 anos, já em São Bernardo, o pai bateu de forma muito violenta e fugiu (quando ocorreu a denúncia). A separação dos pais foi um período de muita e intensa dificuldade, em que a mãe e os filhos chegaram a passar fome e enfrentaram violências e situações das mais difíceis e degradantes.

Gravidez e Casamento. Aos dezessete ficou grávida de um namorado, e teve seu primeiro filho aos dezoito, experiência que descreve como “libertadora”, pois embora não tivessem planos de casar e ela ainda estivesse estudando, foi a chance de ter um espaço em que eles poderiam construir uma vida livre da violência, que ainda fazia parte de seu cotidiano. O filho nasceu em janeiro, no dia da formatura do colégio. Depois de um ano e oito meses, teve seu segundo filho e o casamento durou cinco anos e meio, mas a amizade dura até hoje, com uma convivência tranquila. Desde 2001, entre encontros e desencontros, ela tem um novo companheiro, com quem divide a vida.

Trabalho e Estudo. A mãe sempre trabalhou como diarista, assim como ela e a irmã. Aos 9 anos Rosana já ajudava cuidar de outras crianças de vizinhas, em troca de biscoito e outras coisinhas. Como diaristas, as duas irmãs iam juntas, ainda crianças, trabalhar para dar conta da limpeza em uma única casa.

Trabalhou também na Volkswagen, fazendo faxina, mas por meio de uma empresa terceirizada. Considera que trabalhar em uma empresa era bem melhor do que fazer a faxina doméstica, porque havia os “direitos trabalhistas, tinha férias, décimo terceiro, tinha conta em banco, comia na empresa, auxílio-creche, auxílio-família, todos os direitos que um trabalhador deve ter, convênio bom, coisas que eu nunca tive acesso nos meus trabalhos precarizados anteriores. Era o máximo, era muito bom, apesar de ser na limpeza, que era algo que não gostava e não gosto até hoje. Não existe alguém que vai falar ‘eu faço porque eu gosto’. É muito difícil, mas eu podia programar a vida, dizer ‘eu posso comprar tal coisa e pagar em tantas vezes até tal dia’. ‘Vou viajar nas férias’... sabe, programar a vida mesmo, comprar as coisas para o Dia das Crianças, fazer uma festa de aniversário para os filhos, tudo isso o direito possibilita”.

Saiu quando trocaram a empresa terceirizada e fez um acerto para a compra de um barraquinho no Jardim Represa, aos 23 anos. Convidou a mãe, que morava de aluguel, para construir uma casinha no mesmo terreno, que a ajudava a cuidar dos meninos para ela estudar e trabalhar. Em 2001 começou a faculdade de Psicologia. Até 2006 teve bolsa e ajuda de pessoas da empresa em que trabalhava para se formar. Ela conta que foi um período bastante difícil, acordando 4h da manhã e dormindo 1h30 – uma viagem de Santo André (onde era a faculdade) até o Jardim Represa, em São Bernardo.

Quando ela pensou em fazer o curso de Psicologia a motivação era ser terapeuta sexual, mas depois que ela entrou na faculdade acabou se apaixonando pela Psicologia Social. Chegou a ser monitora da matéria nos dois últimos anos da faculdade e tinha bolsa de 50%. A faculdade de Psicologia a mudou no sentido que “você nunca mais vai ser outra pessoa depois de um curso desse, eu saí com muito desejo de atuar. Mas só que acontecia uma coisa que foi muito complicado: eu ia para entrevista de emprego, eu tinha 30 anos, não tinha uma carteira de trabalho com emprego que não fosse na limpeza. Isso me prejudicou tanto, tanto. Não passava em nenhum processo seletivo porque diziam: você trabalhou em limpeza, como imaginava que vai ser... era preconceito muito grande. Eu achava que ia conseguir, mas nunca consegui. Eu acredito sim que foi por causa da carteira como faxineira. O que era formal não servia, e não ter nada com 30 anos também não servia, então não dava para mentir. Eu estava muito fora dos lugares todos. Isso foi difícil porque eu tinha muita esperança, acreditava em meritocracia, com aquela fé do coração. Isso foi acabando...”

Trabalhou como agente de saúde (ACS) de 2013 a 2016. Na UBS criou e participou de saraus (UMA BUSCA SARAU -UBS) que mobilizavam muitas pessoas, moradores do bairro, do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), moradores de rua, médicos, enfermeiros. Na época, Rosana tinha uma banda e cantava nos saraus. Ela se recorda que começou a aprender a tocar com revistinhas de música, e, embora não tenha uma banda hoje (já teve várias), ainda se apresenta (cantou mais recentemente em uma atividade no Armazém do Campo): “era a única alegria no trabalho, mas não dava para trabalhar por apenas um dia de alegria a cada dois meses, os outros 60 era um tormento”. O sarau durou dois anos, até a mudança de gerência e a sua saída do trabalho em razão de uma doença.

O trabalho como ACS (Agente Comunitária de Saúde) não estava direcionado para sua área de formação (Psicologia), como era do seu desejo, mas o fator determinante para a saída foi a sua recuperação após um período grave de depressão, em que foi internada, tomou remédio, fez terapia e começou a se reerguer.

Tentou concursos, “passava muito perto e nunca era chamada”, e fez vários cursos na Fundação Fiocruz, o que possibilitou a ela um grande conhecimento sobre SUS (Sistema Único de Saúde). Mas nunca conseguiu se libertar do trabalho como faxineira, que era e é o seu sonho.

Ela nos conta também um pouco sobre as dificuldades do trabalho de limpeza nas casas. Relata que os empregadores perguntam se ela sabe ler, conta que já teve de comer comida azeda (hoje leva a própria marmita), já teve de limpar escarro no chão, fora os combinados que não são cumpridos.

Rosana destaca que teve uma outra experiência que a impactou muito. Antes de iniciar aquele seu trabalho na UBS (Unidade Básica de Saúde) como agente comunitária, começou a fazer limpeza no condomínio onde morava, em 2011 (logo depois do nascimento de seu filho). No conto “Cuia”, ela escreve sobre parte dessa experiência e descreve, a partir de um episódio, as humilhações pelas quais passou. O texto, que pode ser lido por completo em seu blog, começa assim:

“Naquela tarde, se eu pudesse, ao invés de enterrar o cão envenenado, teria enterrado a mim mesma, para não sentir aquela dor que se sente quando a humilhação atinge os limites da alma.”

Música e Arte. Rosana conta que sempre gostou de estar perto de artistas, de andar com o pessoal “que faz um trampo, que tá ali no chão expondo”. E isso se intensificou bastante no último ano da faculdade, onde ela conheceu um pessoal que fazia festas, sarau, e começou a aprender a arte. Rosana brinca que saiu “da faculdade de humanas para fazer miçangas”. Aprendeu a fazer brincos e expor as peças com os colegas que também trabalham fazendo isso. Ia para bares cantar e aproveitava para expor as peças em painel. Trabalhou de forma mais intensa até 2010, quando nasceu seu caçula, e ela foi trabalhar na limpeza do prédio em que morava, em 2011, e, posteriormente, como descrito, na UBS.

Para pegar emprestadas as palavras dela, “corre o tempo” e em 2017 surgiu a possibilidade de participar de um sarau na Vila Maria (SP). Ela conta que pegou seu antigo painel e objetos antigos e saiu rumo ao evento. Colocou seu paninho no chão e vendeu. Conseguiu a quantia de 210 reais. Animou-se. Na segunda-feira, já foi à Rua 25 de março comprar linha, arame, alicate, pedra, e começou tudo de novo. Fez uma página na internet e começou de novo o artesanato.

O desejo era só fazer isso: ia com seu painel e passava dias e dias, debaixo de sol e chuva, vendendo na rua, no ponto de ônibus. Tinha dia que não conseguia dinheiro para voltar de ônibus e pedia carona. A rua não estava dando certo, e a situação se agravou quando o seu companheiro ficou desempregado.

“Ai pintou uma faxina, e eu fui de novo. Não queria mais, mas lá vou eu de novo. Hoje se você disser preciso de uma faxina quem sabe lá pelo mês de novembro [daqui dois meses] eu consiga um dia. Lotado. Uma quarta e uma sexta no mês que eu folgo. E finais de semana são os eventos”.

A rua não dava dinheiro, e hoje o que sustenta a família é o dinheiro da faxina. Atualmente não vende mais nas ruas, só expõe nas feiras. Começou com a Feira de Paranapiacaba, e de lá uma companheira a chamou para conhecer a AMESOL (Associação das Mulheres da Economia Solidária de São Paulo), para saber o que é a economia solidária, feminista, e para que ela pudesse ver se tinha relação com o que ela acreditava e queria. A primeira vez que conheceu a AMESOL foi como cantora convidada para um evento, e, mais tarde, quando se integrou, começou também a expor. Depois veio a Feira Agroecológica do Butantã, da qual também participa.

Apesar de trabalhar com arame, com as pedras, com a linha, peças em macramê, ela sempre ficava pensando na possibilidade de trabalhar fazendo joias. Pesquisou vários cursos, foi a várias lojas para compreender as formas de exposição dos produtos, e começou cada vez mais a tomar gosto e crescer o desejo. Com a ajuda de uma companheira da AMESOL pôde realizar o seu sonho de iniciar um curso com peças em prata “não foi nada de meritocracia, do tipo vendi peças, consegui dinheiro e paguei esse curso, não, foi por alguém que me estendeu a mão. Que sozinha eu não ia conseguir”.

Rosana recorda que, em certa ocasião, um amigo dela a questionou sobre o fato de querer fazer esse curso de joias em prata, dizendo “pra nós não vira, somos favelados”, mas ela argumenta: “sei que não é meu lugar, mas fiz [curso] como se estivesse, entro lá de boa, falo [que] sou diarista, falei para minha professora, não é algo que me orgulho, mas também não é algo que me envergonho mais, como já me envergonhei muito. Hoje não tenho vergonha, mas tive muito. Porque ninguém sonha com isso, é o que sobra, o que resta. Trabalho com o cuidado com a casa de uma outra pessoa que não poderá fazer, mas quando chego em casa ainda tenho que cuidar da minha casa. As tarefas domésticas não são divididas igualmente, não. Eu desço do ônibus todo dia, depois da minha diária, pensando no que vou fazer na janta. Não se trata apenas de cozinhar, mas pensar em tudo, no que cada um gosta de comer, por exemplo. A sobrecarga mora aí, nas milhares de pequenas coisas que tenho que pensar e realizar. Todo dia, toda vida”.

Sonhos e Dificuldades. O trabalho com “artesanato, hoje, para mim, é a representação de um trabalho livre de exploração. Trabalho que eu gosto, tenho paixão por criar uma peça. Quando as pessoas olham e falam “que bonito seu trabalho”, fico feliz. Muito diferente dos outros trabalhos precários que eu tive, é diferente ser reconhecido como artista”. Mas ela se preocupa com a questão dos direitos: “sou MEI mas não paguei, porque vem uma conta de água, de luz, e outras prioridades, deixei de pagar. Eu sei que talvez nunca me aposente, essa perda dos direitos é muito triste [...] Parece muito bonito falar de empreendedor, mas tem muita gente que faz porque precisa e está desempregado, não porque quer, não tem trabalho, não tem trabalho como a gente conheceu, está cada vez mais raro, mais escasso... Mas não vejo o empreendedorismo como essa coisa romantizada, bonita no discurso. Na verdade, não é. Não consigo viver disso”.

Hoje “forjar e soldar peças é entrar em outro tempo, outro mundo [...] pretendo vender as primeiras peças para pagar o restante dos outros módulos, quero entender tudo, estou curiosa, enlouquecida, imaginando as peças que vou fazer. Eu sei que é outro patamar, mas vou devagar, a vida é devagar [...]”.

Uma parte do belo relato que ela fez na rede social em seu primeiro dia de curso mostra um pouco deste sentimento:

“Hoje tive uma experiência incrível! Foi o primeiro dia de um curso de confecção de joias em prata e ouro. O princípio da realização de um desejo. Nem sei bem por onde começar porque praticamente TUDO era inédito pra mim. Eu não sabia em que estado viria a prata, por exemplo. No meu trabalho com cobre, aço, alpaca a matéria prima vem em forma de fios. A prata veio num saquinho, em estado puro e bruto, ou seja, um material meio esfarelado, disforme, esquisito mesmo. Já de cara descobri que não é possível trabalhar a bendita nesse estado, fica muito maleável. Vai uma mistura de 5% de cobre. Aí pesamos 10 gramas de prata e os 5% de cobre. E fomos derreter essa parada. Gente... que bagulho doido. Transformar o metal pro estado líquido através do fogo [...] Hoje eu tive uma sensação maravilhosa quando fundi a peça e a professora disse: parabéns! É sua primeira fundição, seu casamento com a joalheria! Mesmo que ela não tivesse dito nada, o momento foi inacreditável, inesquecível, foi momento de tensão, do inesperado, da descoberta, do real, de tudo junto ao mesmo tempo. Hoje também foi um dia de deixar pra trás algumas coisas, com ajuda da análise, óbvio. Por exemplo, meu mal estar ao sentir que eu não estava num lugar confortável. Um lugar onde as roupas e sapatos das pessoas, além das joias, eram muito diferentes dos meus e isso não me abateu! Não me abateu, mas não deixei de observar rsrs. Foi como se eu pudesse ver tudo de fora estando dentro. Me assusto com essas paradas! Mas eu aprendi na vida, na militância, especialmente depois da Marcha das Margaridas, que medo a gente até tem, mas não costuma usar! E eu entendo que tô virando uma mulher soldada! No mais belo significado da palavra...soldada com as lutas e desejos todos que preenchem meus vãos”.

E finaliza nossa conversa falando dos sonhos: “Sonho em dar conta de viver da minha arte, livre da exploração, acho que é um sonho de todo mundo. Quero deixar de fazer diária, acaba com a gente, tem dia que desço do ônibus mancando, com dor nas costas, com braços doendo. Quero parar!”.

Como conhecer o trabalho da Rosana e ajudar a divulgar?

Berkana Joias Artesanais

Berkana Joias Artesanais

Rosana também escreve em seu blog. Além do texto “Cuia” – citado na matéria – há outros textos excepcionais. Para ler acesse: http://depressaoavida.blogspot.com

Também está retomando a loja virtual, cadastrando as peças para a venda pela internet: http://www.elo7.com.br/BerkanaJoiasArtesanais545ED8