11 de setembro de 1973. Dia do golpe militar que derrubou o regime democrático de Salvador Allende, no Chile, e deu início aquela que seria uma das mais sangrentas ditaduras da América Latina.
As notícias de mortes, torturas e exílios que vinham do país latino correram o mundo e chegaram ao conhecimento de trabalhadores de um país distante. Na Escócia, muitos desses trabalhadores também tiveram suas próprias lutas contra ditaduras e opressões, de modo que foi difícil ficar indiferente às atrocidades cometidas pelo regime de Pinochet. Foi assim que as notícias colocaram o Chile na mente de pessoas que jamais haviam pensado no Chile até aquele momento.
Até aquele momento.
Pouco depois do golpe, motores dos aviões militares chilenos que necessitavam de reparos, os mesmos usados no ataque do fatídico 11 de setembro, voltaram ao seu país de origem, a Escócia. Mas ao chegarem na Rolls-Royce, fábrica de motores localizada na cidade escocesa de East Kilbride, algo improvável aconteceu: em solidariedade ao povo chileno, os trabalhadores da fábrica se negaram a fazer os reparos e, com isso, impediram o retorno das peças ao Chile.
Esse gesto coletivo, apesar de pequeno em escala, foi capaz de mostrar quão impactantes podem ser as ações da classe trabalhadora, esteja ela onde estiver, quando se une e se coordena visando a um objetivo comum. Chilenos ou escoceses, a luta é de todos.
Essa história inspiradora é contada no curta-metragem Nae Pasaran (2013), do diretor chileno-belga Felipe Bustos Sierra, que também deu origem a um documentário que leva o mesmo nome, lançado em 2018.
Ficha Técnica:
Título Original: Nae Pasaran
Duração: 13 minutos
Ano produção: 2013
Dirigido por: Felipe Bustos Sierra
Gênero: Documentário de curta-metragem